Visita e Oficina no CEPEGE – Sidrolândia /MS
No dia 05 de novembro de 2021, a equipe do Projeto Agroextrativismo Sustentável: compartilhando saberes e práticas culturais locais, Professora Raquel Pires Campos (FACFAN/UFMS) coordenadora do projeto, juntamente com o Professor Luis Alejandro Lasso Gutierres (FAED/UFMS), a mestranda do Programa de Pós Graduação em Saúde e Desenvolvimento na Região Centro-Oeste (FAMED/UFMS) Haideline Mertens Kuff, a acadêmica do Curso de Engenharia de Alimentos Juliana Biazon (FACFAN/UFMS), a acadêmica do Curso de Engenharia de Alimentos e bolsista do projeto Gabriela Freira Xavier, a acadêmica do Curso de Ciencias Biológicas e bolsista do projeto Nathalia Aguirra, o Professor Lourival dos Santos, Coordenador do Curso de Graduação em Educação no Campo ( FAED/UFMS) e o Professor Marcio Olívio Figueiredo Vargas, Químico, Técnico do laboratório (FACFAN/UFMS).
Realizaram a visita ao CEPEGE (Centro de Capacitação e Pesquisa Geraldo Garcia), localizado no Assentamento Geraldo Garcia no município de Sidrolândia/MS, o qual é um local de estudo que comtempla a organização das famílias assentadas ligadas ao MST-MS, sendo um espaço de formação prática de tecnologias baseadas na agroecologia e na participação social do conjunto das famílias. Com o intuito de divulgar as ações do projeto, promover o compartilhamento de informações na perspectiva da utilização sustentável dos frutos nativos da região na produção de subprodutos e de produtos bem como o fortalecimento do agroextrativismo e da agroecologia.
A equipe foi recepcionada pelo Sr. Antonio de Miranda – Coordenador do CEPEGE, Sr. Ronildo Lopes de Lima e Sr. Cleiton Alexandre Pereira Valencia. Todos agradeceram a visita e pelo conhecimento compartilhado. Contamos com a presença de 30 pessoas, sendo na maioria agricultores que já processam algum alimento como pães que são utilizados na alimentação escolar e polpas de frutas. Contamos ainda com a presença de representante do escritório municipal da AGRAER e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente (SEDERMA).
Foi realizado um lanche com alimentos produzidos com os frutos do cerrado, como bolo de bocaiuva, pão de pequi, bolo com baru, entre outros, para ressaltar a importância de inserir na alimentação os frutos nativos.
Após este momento de confraternização realizamos a visita na SAF que está sendo cultivada no CEPEGE visando à produção agroecológica tanto de frutos, verduras, legumes e plantas medicinais. Os produtos oriundos deste sistema de produção estão sendo comercializados por meio de cestas que são compostas por 09 tipos de verduras e legumes e 01 planta medicinal utilizada para chá.
No período da tarde, foi realizada uma oficina de produção de subprodutos a base de bocaiuva e jatobá, ministrada pela acadêmica Juliana Biazon. Foram produzidos o Bolo de Bocaíuva e o Biscoito de Jatobá, bem como a explicação de como produzir as farinhas desses produtos.
Após a oficina realizamos uma roda de conversa sobre o uso dos frutos nativos, muitos relembraram da sua infância, onde consumiam com mais frequência esses, pois não possuía esta quantidade de produtos industrializados encontrados atualmente. Com a exploração do Livro Sabores do Cerrado & Pantanal, o qual foi distribuído para os participantes, houve uma discussão sobre o conhecimento sobre dos frutos apresentados no livro e seu uso alimentar, e como os frutos nativos podem contribuir na saúde de quem os consome.
Os participantes compartilharam alguns dos seus projetos em andamento, a exemplo do projeto de SAF no assentamento Nazareth com participação da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do Movimento das Mulheres Camponesas (MMC). Também teve a palavra o professor Lourival Santos, coordenador da Licenciatura em Educação do Campo da UFMS. O professor Lourival lembrou do Vestibular que está em aberto e da necessidade de levar essa informação aos possíveis futuros acadêmicos nos assentamentos e comunidades rurais do MS. Por fim, o professor Alejandro Lasso fez uma fala ressaltando a importância deste trabalho de construção e fortalecimento da rede de experiências em agroextrativismo, agroecologia e SAF, assim como a necessidade de explorar o potencial das comunidades que também estão sendo georeferenciadas e incluídas na rede para a consolidação da atividade agroextrativista no MS.
Texto: Haideline Mertens Kuff