Visita do Projeto Agroextrativismo Sustentável no Centro de Formação e Apoio Tecnológico para Agricultura Familiar Dr. Edwin Baur (CETAF).
No dia 20 de novembro de 2021, a equipe do Projeto de Extensão “Agroextrativismo Sustentável: compartilhando saberes e práticas culturais locais” participou do encontro no CETAF, localizado no município de Glória de Dourados/MS., com o intuito de divulgar as ações do projeto, promover o a utilização sustentável dos frutos nativos na elaboração de produtos alimentícios, integrando o fortalecimento do agroextrativismo e da agroecologia no estado de Mato Grosso do Sul.
Professora Raquel Pires Campos (Facfan/UFMS) coordenadora do projeto, juntamente com a mestranda do Programa de Pós Graduação em Saúde e Desenvolvimento na Região Centro-Oeste (FAMED/UFMS) Haideline Mertens Kuff, a Tecnóloga em Alimentos Juliana Oliveira Biazon, as acadêmicas Andrezza Castelo Branco do Curso de Tecnologia em Alimentos, Paloma Galvão do Curso de Engenharia de Alimentos (Facfan/UFMS) e a Professora Sandra Cristina de Souza da UEMS (Campus Jardim) foram recebidas pelo responsável do CETAF, Sr. Olácio Mamori Komori e a Professora Zefa Valdevino Pereira (UFGD/UFMS), juntamente com integrantes do assentamento Lagoa Grande, Associação AMREST de Itaporã e mulheres da APOMS.
Sr. Olácio relatou como se deu a criação do centro, enfatizando que o mesmo é um espaço público para atividades de capacitação e de testes de cultivares para produção de orgânicos, sendo de grande importância a formação dos produtores familiares para produção, organização e acessos aos mercados.
A estrutura do Centro tem sido utilizada por um grupo de mulheres que produzem pães que são comercializados no PNAE e nas cestas do convenio realizado com a Fundação Banco do Brasil.
Profª Sandra da UEMS falou sobre a importância de trabalhar com a agroecologia nas comunidades indígenas da região, para o desenvolvimento da sociobiodiversidade e aproveitando a temática do agroextrativismo sustentável. Na discussão foi comentado que 90% dos feirantes do município são produtores agroecológicos, mas que devido as suas plantações serem cercadas de grandes áreas de monoculturas, na sua maioria utilizam defensivos agrícolas (agrotóxicos), muitos não conseguem a certificação orgânica das suas produções.
Na sequência foi realizada uma roda de conversa com imagens de frutos nativos, onde cada um comentou um pouco sobre sua experiência e conhecimento, bem como a sua utilização em preparações alimentícias. Interessante os relatos que maioria destes frutos levam as pessoas que as consomem a trazer uma memória afetiva de algum momento, em especial da infância, o que demonstra o valor afetivo às preparações com estes frutos nativos.
Profa Zefa tem incentivados os trabalhos com a sociobiodiversidade e vale comentar sobre o potencial de discussão a ser promovido por meio da Câmara Setorial Consultiva da Produção de Plantas Nativas do MS, instituída pela Semagro/MS em junho de 2021, a qual compete entre outros assuntos propor soluções econômicas, normativas e técnicas que viabilizem a produção, comercialização e industrialização, assim como da cadeia produtiva de plantas nativas; além de formação de parcerias incluindo de pesquisas, no interesse do desenvolvimento ao tema (Resolução Semagro nº 745 de 09 de junho de 2021).
A tarde foi realizada uma oficina de produção de subprodutos a base de bocaiuva e jatobá, ministrada pela Juliana Biazon. Foram produzidos bolo de bocaiuva e biscoito de jatobá, bem como a explicação de como produzir as farinhas desses frutos, além da importância da higienização dos frutos e da aplicação das boas práticas de fabricação e manipulação de alimentos.
Agradecemos a participação de todos envolvidos no Encontro no Cetaf e os que vêm apoiando as ações do projeto, quer seja na organização dos encontros, nas parcerias e na divulgação online do Projeto Agroextrativismo Sustentável, assim como o importante apoio de Emenda Parlamentar do Deputado Federal Vander Loubet, via UFMS e execução pela FAPEC, uma fundação sem fins lucrativos de apoio à pesquisa, ao ensino e à cultura.
Texto: Haideline Mertens Kuff e Raquel Pires Campos