Visita a Aldeia Brejão / Nioaque
Em visita a Aldeia Brejão em Nioaque-MS em fevereiro de 2020 a Prof. Raquel Pires Campos (Facfan/UFMS) e Tercio Jacques Fehlauer (Cepaer/Agraer) encontraram a presidente da Associação Hanaiti Yomomo (AHY) Lucilene Gois Cabrocha e o responsável pela Assessoria Técnica Indígena e coordenação da Unidade Multiuso Agroextrativista, Alexandro da Silva Souza, com o objetivo de discutir sobre os frutos nativos existentes na região, sobre vídeo-oficina encaminhada anteriormente elaborada sobre o atendimento às Boas Práticas de Fabricação da Unidade Multiuso, sobre o estímulo ao desenvolvimento de novos produtos com diferentes ingredientes e matérias-primas locais além de conversar sobre articulação em rede dos parceiros do projeto Agroextrativismo Sustentável, como enfatiza o Pesquisador Tércio.
A AHY foi fundada em 30 de junho de 2010, por 12 mulheres que lutam pela igualdade de gênero em território indígena, a Associação Hanaiti Yomomo, sendo uma associação civil sem fins lucrativos, que tem por finalidade a realização de encontros e capacitações de caráter cultural, social, cívico, artístico e desportivo, com o objetivo de complementar e aprimorar a formação indígena, além de promover intercâmbios e participação em feiras e seminários, em parceria com entidades congêneres. De acordo com a presidente da Associação, Lucilene, eles têm trabalhado, inicialmente, com a mandioca e cana-de-açúcar, com produção de farinha, e de melado e rapadura, respectivamente.
A Unidade Multiuso foi construída com o objetivo de integrar os grupos de trabalho formados por agricultores indígenas, mulheres e jovens indígenas com o apoio da DGM Brasil/CAA. Visa a promoção do planejamento da cadeia produtiva da agricultura familiar, com espécies vegetais do Cerrado, frutos de pomar caseiro e de hortaliças, garantindo identidade aos produtos indígenas, o consumo consciente e o cuidado com o meio ambiente. Alexandro, menciona que a ideia da construção da Unidade ocorreu em virtude da necessidade de um espaço para beneficiamento, manejo e processamento de produtos do Cerrado. Acrescenta que é necessário mais parceiros para o fortalecimento das atividades da Unidade, desde o manejo, produção até comercialização do produto. Além disso, destaca a importância dessas parcerias na capacitação dos produtores locais com possibilidade de ser a distância.
A proposta deste projeto de extensão é justamente apoiar as comunidades rurais e direcionar as ações para atender estas demandas, comenta a Profa Raquel Campos.
O projeto de extensão Agroextrativismo Sustentável agradece as comunidades parceiras e as instituições: UFMS, AGRAER, UNICAFES e FIOCRUZ pelo apoio ao desenvolvimento das ações; e a emenda parlamentar do Deputado Federal Vander Loubet e a execução financeira da FAPEC (Fundação de de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura).