Expedição ao Pantanal

Postado por: Mariana Rezende Fragoso

Entre os dias 04 e 11 de fevereiro de 2022 foi realizada uma viagem para o Pantanal organizada pelo Projeto Geoeducação em Comunidades Tradicionais, subindo o Rio Paraguai de Corumbá até Porto-Índio, quase divisa com o Estado do Mato Grosso –MT.

Estas ações estão vinculadas ao Geoparque Bodoquena-Pantanal Chamada 026/2016 Fundect/Uems sob coordenação da Profa Dra Sandra Cristina de Souza e Edital de iniciativa do Cemac sob coordenação do Prof. Dr. Afrânio Soares.

Em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, participaram a Professora Raquel Pires Campos (FACFAN/UFMS) e a Tecnóloga em Alimentos e acadêmica da engenharia de Alimentos Juliana Oliveira Biazon, para observar os usos dos frutos nativos nas comunidades ribeirinhas.

Apoio da tripulação e transporte do Barco Pantavida.
(Foto: Equipe da Expedição*)

A equipe integrante foi multidisciplinar contando, de forma voluntária, com dois médicos, Dra Laura e Dr Paulo Henrique os quais acompanharam os encontros nas comunidades para monitoramento de pressão de arterial e atendimento médico. O Pastor e geógrafo Emílio Paulo Filho, Terena, participou com corte de cabelos das crianças durante as reuniões, conforme interesse.

Famílias e Comunidades Ribeirinhas do Rio Paraguai, Corumbá-MS.
(Foto: Equipe da expedição*)

Famílias e Comunidades Ribeirinhas do Rio Paraguai, Corumbá-MS.
(Foto: Equipe da expedição*)

Famílias e Comunidades Ribeirinhas do Rio Paraguai, Corumbá-MS.
(Foto: Equipe da expedição*)

Famílias e Comunidades Ribeirinhas do Rio Paraguai, Corumbá-MS.
(Foto: Equipe da expedição*)

Durante as visitas nas famílias ao longo do rio Paraguai, entre Corumbá e Porto-indio, foi possível obter informações, reflexos da relação homem-mundo, através da abordagem fenomenológica da percepção (MERLEAU-PONTY, 1997) dos sujeitos (ribeirinhos e indígenas). “Estes sujeitos perceptivos, tem o saber primeiro sobre o lugar e, sempre trazem informações não percebidas por cientistas devido a deficiência de contato intersubjetivo e vivência. Logo, foi possível perceber que as vulnerabilidades refletem a própria existência do espaço geográfico, por exemplo, os incêndios florestais que ocorreram em 2020 e 2021 e como a regeneração desta região está acontecendo, guardando cicatrizes na paisagem (natural (visível) e no indivíduo (corpo, mente, emoções e vontades)”, comentou a Professora visitante Cristiane Dambrós (UEMS, campus Aquidauana).

Após Porto Índio chegamos  na Aldeia dos Guatós e fomos recebidos pela esposa do Caqique que nos direcionou para casa do Artesanato onde foi possível conversar com outras indígenas e apreciar o artesanato feito com aguapé e com folha de lança. Também foram levados biscoitos de jatobá e bolo de bocaiuva para degustação, um momento de compartilhar possibilidades de aproveitamento do frutos nativos.

Visita a Aldeia Guató e reunião na casa do artesanato.
(Foto: Equipe da expedição*)

Visita a Aldeia Guató e reunião na casa do artesanato, com bolo de bocaiuva e biscoitos de jatobá elaborados pela Juliana O. Biazon.
(Foto: Equipe da expedição*)

Em Corumbá, após o retorno da expedição, o grupo passou pela Casa do Artesão, onde foi possível encontrar artesanatos e produtos locais, como a farinha de bocaiuva e licor de bocaiuva.

Visita à Casa do Artesão em Corumbá – MS
(Foto: Equipe expedição*)

Visita à Casa do Artesão em Corumbá – MS
(Foto: Equipe expedição*)

Visita à Casa do Artesão em Corumbá – MS
(Foto: Equipe expedição*)

O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos. Fundado em 2002 e instituído no dia 30 de março de 2012, em Corumbá (MS), atua na conservação e preservação do bioma Pantanal e da cultura local. Dentre as atividades desenvolvidas destacam-se a gestão de áreas protegidas, desenvolvimento de pesquisas e promoção de diálogo entre os atores com interesse na área e parcerias importantes visando Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (https://institutohomempantaneiro.org.br/o-ihp/).

Projetos da Ecoa – Ecologia e Ação foram vistos ao longo das comunidades ribeirinhas, sendo uma organização não governamental iniciada em 1989, em Campo Grande-MS, que associa conservação dos ecossistemas do Pantanal e Cerrado com a defesa e o desenvolvimento das comunidades tradicionais e outros povos que habitam esses territórios, promovendo processos de diálogos multisetoriais para criar espaços de reflexão, negociação e decisão frente a questões prioritárias para a conservação ambiental e a sustentabilidade (https://ecoa.org.br/ecoa-institucional/).

A Embrapa Pantanal é uma das 47 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, criada em 24 de fevereiro de 1975. Possui uma política de comunicação para a transferência de conhecimentos, tecnologia e processos à sociedade com enfoque nas seguintes áreas:  Agricultura familiar, Agroecologia e agricultura orgânica, Ciência e tecnologia de alimentos, Conservação e uso de recursos genéticos, Ecologia, Gestão de biodiversidade e de recursos hídricos e Produção pecuária sustentável, dentre outros (https://www.embrapa.br/pantanal/apresentacao).

O Campus do Pantanal – Corumbá UFMS tem buscado a integração regional além de estimular as atividades de ensino, pesquisa e extensão, se tronando Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) pela Lei Federal n º 6.674/79. Participa ativamente da preservação dos recursos naturais, especialmente da fauna e flora do Pantanal, região onde está inserido, motivando estudos e pesquisas acerca dos aspectos ambientais, político, econômico, histórico-culturais, linguísticos e educacionais da região. Possui importante papel na formação de profissionais que se inserem no mercado de trabalho e contribuem para o desenvolvimento local e regiona. https://www.ufms.br/universidade/campus-ufms/campus/campus-do-pantanal-corumba/.

Agradecemos a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul pelo apoio ao projeto Agroextrativismo Sustentável, iniciado com verba de Emenda Parlamentar do Deputado Federal Vander Loubet e apoio na execução financeira pela Fapec, uma Fundação sem fins lucrativos, até novembro de 2021. Também agradecemos a receptividade das comunidades ribeirinhas e aos organizadores da expedição, foi uma excelente oportunidade de realizar extensão e vislumbrar possíveis pesquisas em conjunto.

 

Texto: Profa Raquel Pires Campos FACFAN/UFMS

Coordenação: Profa Sandra Cristina de Souza UEMS

Equipe da Expedição*:  Raquel Pires Campos, Juliana Oliveira Biazon, Marília Melo, Paulo Henrique Neto Pais, Laura Feliciana Paulo, Emílio Paulo Filho Terena, Cristiane Dambrós.